terça-feira, 6 de julho de 2010

As palavras em conflito.

'– Menino, eu nada disto sei dizer. A outro eu não falava, mas a ti eu digo. Eu não sei que gosto tem esse bicho de mulher. Eu vi Aparício se pegando nas danças, andar por aí atrás das outras, contar histórias de namoro. E eu nada. Pensei que fosse doença, e quem sabe não é? Cantador assim como eu, Bentinho, é mesmo que novilho capado. Tenho desgosto. A voz de Domício era de quem falava para se confessar:

– Desgosto eu tenho, pra que negar?... '


(Pedra Bonita, de José Lins do Rego)
 
 
Nosso idioma às vezes é complicado, pois confundimos muito a língua falada com a escrita. Fazemos a troca da linguagem padrão, ou seja, a escrita. Matamos sempre a gramática com pequenos erros que deveriam ser evitados.
Todos aprendemos a falar e escrever a partir do momento que tivermos o contato com as primeiras palavras, muitas das vezes errada, mas tudo varia conforme a convivência pode ser através de um mimo ou mesmo na alfabetização.
Sabemos notar a diferença entre a linguagem escrita e falada, a culta e a informal, porém muitas das vezes as transcrevemos, mesmo sabendo que esta incorreta.
Mas, cabe salientar que o momento é que faz a escrita, não é querendo aprovar o erro gramatical de muitas palavras. E sim especificar que tudo tem uma exigência a ser seguida.
É claro que não iremos matar sempre a gramática, pois não podemos chegar e nem mandar a uma autoridade, ou seja, quem for (dependendo da ocasião) uma correspondência, falar , escrever como estamos acostumados no dia a dia.
Uma grande influência para tudo isso é o uso constante da internet, do bate papo e outros sites de relacionamento. Sempre procuramos uma maneira de encurtar as palavras. E isto tem ocasionado a convivência que gera a forma errada de escrever e se pronunciar com os demais.
Geralmente taxamos estas maneiras a pessoas que não tem um grau de instrução, porém vemos e observamos que não é assim. Depende muito do ambiente em que esta pessoa se encontra.
Sempre temos a dúvida como empregar uma palavra, de como nos expressar em certas situações. Não é que devemos deixar de lado a boa maneira das palavras corretas e sim procurar uma forma de adequá-la às normas gramaticais.
Pois sabemos que a linguagem não empregada corretamente gera conflitos e  deduções errôneas. Por isso a reflexão e a correção na hora de escrever.